quinta-feira, 15 de março de 2012

Para entendermos melhor...

CADA MEMBRO TEM SUA FUNÇÃO

Como São Paulo ensina (Rm 12,4), na Igreja os membros não têm todos a mesma função, Deus escolhe cada um para um ministério diferente do outro, para o bem da própria comunidade.
Assim em cada celebração dos Sacramentos, toda a assembleia é o “liturgo”, cada qual segundo a sua função, mas na “unidade do Espírito”, que age em todos. A Igreja manda que cada um faça somente o que lhe é devido na Liturgia.
“Nas celebrações litúrgicas, cada qual, ministro ou fiel, ao desempenhar sua função, faça tudo e ó aquilo que pela natureza da coisa ou pelas normas litúrgicas lhe compete”. (SC, 28; Cat. §1144)
A Liturgia é obra de Cristo, mas é também uma ação de sua Igreja. Ela realiza e manifesta a Igreja como sinal visível da comunhão entre Deus e os homens por meio de Cristo. Logo, compromete os fiéis com a vida da comunidade. Isto implica  numa participação consciente, viva e rica de todos. (cf. SC, 11 e Cat. §1071)
Por outro lado, o Vaticano II ensinou que a Liturgia “não esgota toda a ação da Igreja” (SC, 11); ela tem de ser precedida pela evangelização, pela fé e pela conversão para poder produzir seus frutos na vida dos fiéis: uma vida renovada no Espírito Santo, com o compromisso de trabalhar pela missão da Igreja. (cf. Cat. §1072)
Na Liturgia, sobretudo na liturgia dos Sacramentos, existe uma parte imutável – por ser de instituição divina – da qual a Igreja é guardiã, e há partes suscetíveis de mudança, que ela tem o poder e, algumas vezes, até o dever de adaptar às culturas dos povos recentemente evangelizados. (Cat. §1205)
Para garantir esta exigência, a Santa Sé tem um dicastério encarregado da Liturgia, a Sagrada Congregação para o Culto Divino e a disciplina dos Sacramentos.


A Liturgia vem de Cristo e dos Apóstolos


Ao dar aos Apóstolos o Espírito Santo, no mesmo dia da sua ressurreição (cf. Jô 20,21-23), Cristo confiou-lhes o poder da santificação, e eles tornarão então, “sinais sacramentais de cristo”. E pelo mesmo poder do Espírito Santo, os Apóstolos confiaram este poder de santificação aos seus sucessores, o que ocorre até hoje na igreja. É esta indispensável “sucessão apostólica” que dá estrutura, legitimidade e validade à vida litúrgica.
As comunidades ditas evangélicas, não possuem a Liturgia porque não tem esta sucessão apostólica, transmitida pelo sacramento da Ordem. (cf. § 1087)
Assim se expressou o Concílio Vaticano II:
Assim como Cristo foi enviado pelo Pai, da mesma forma Ele enviou os Apóstolos, cheios do Espírito Santo, não só pra pregarem o Evangelho a toda criatura, anunciarem que o Filho de Deus, por sua Morte e Ressurreição, nos libertou do poder de Satanás e da morte e no transferiu para o reino do Pai, mais ainda para levarem a efeito o que anunciavam: a obra da salvação por meio do sacrifício e dos Sacramentos, em torno dos quais gravita a toda vida litúrgica”. (Cat. § 1086)

A Liturgia terrestre está unida à Liturgia celeste

A liturgia é obra do Cristo inteiro, cabeça e corpo. Dela participam não só os fiéis na terra, mas também os que estão no Céu.
A liturgia é ação do “Cristo todo” (Christus Totus). Os que desde agora o celebram, para além dos sinais já estão na liturgia celeste, em que a celebração é toda festa e comunhão. (Cat. § 1136)
É uma alegria saber que os nossos antepassados e irmãos que já estão na glória dos Céus participam da Liturgia Eterna.
Participando da Liturgia terrestre, participamos também da mesma liturgia que acontece no Céu. Veja o que disse o Concílio:
“Na liturgia terrestre, antegozando participamos (já) da liturgia celeste, que se celebra na cidade santa de Jerusalém, para a qual, na qualidade de peregrinos, caminhamos. Lá, Cristo está sentado a direita de Deus, ministro do santuário e do tabernáculo verdadeiro; com toda a milícia do exército celestial cantamos um hino de glória ao Senhor e, venerando a memória dos santos, esperamos fazer parte da sociedade deles; suspiramos pelo Salvador, Nossos Senhor Jesus Cristo, até que ele, nossa vida, se manifeste e nós apareçamos com ele na glória”. (SC,8)
Todos os que foram “recapitulados em Cristo” (cf. Ef 1,10) participam do louvar a Deus pela Liturgia celeste: as potências celestes (cf. Ap 4,5; Is 6,2-3), a criação inteira (simbolizada nos quatro seres viventes), os servidores da nova e antiga aliança (simbolizados pelo vinte e quatro anciãos), o novo povo de Deus (os cento e quarenta e quatro mil) (Ap 7,1-8;14,1), em especial os mártires “imolados por causa da palavra de Deus, (Ap 16,9) e a Santa Mãe de Deus, a Mulher ( Ap 12), a Esposa do Cordeiro (Ap 21,9) e finalmente, “uma multidão imensa, impossível de enumerar, de toda nação, raça, povo e língua”(Ap 7,9).
E dessa liturgia que o Espírito Santo e a Igreja nos fazem participar quando celebramos o ministério da salvação nos Sacramentados”. (Cat. § 1139).

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