Todo mês disponibilizaremos em nosso blog o material de formação para os voluntários que participarão da JMJ rio 2013, assim você que nos acompanha bem de pertinho pode também se formar e ficar por dentro do que acontece durante os preparativos para esse grande acontecimento. Boa formação a todos! Que por intercessão dos padroeiros da JMJ, e de Maria Santíssima Deus nos abençoe!
FORMAÇÃO DOS VOLUNTÁRIOS
1 - Deus é um Deus
trabalhador
Embora nós, seres humanos, sejamos
limitados e a infinita grandeza de Deus nunca se ajuste aos conceitos humanos,
podemos, no entanto, falar acertadamente sobre Deus. (CIC 39-43, 48)
Esta
afirmação, que encontramos no YOUCAT (pág. 16, 6), nos concede a possibilidade
de olharmos Deus e vê-lo também com um Deus trabalhador, o que também podemos
confirmar ao contemplar a descrição da criação no livro dos Gênesis.
“No princípio, Deus criou o céu e a terra. A terra estava deserta e vazia,
as trevas cobriam o abismo e o Espírito de Deus pairava sobre as águas. Deus
disse: “Faça-se a luz”! E a luz se fez. E Deus fez o firmamento. Separou as
águas debaixo do firmamento, das águas acima do firmamento. E assim se fez. 9.
Deus disse: “Juntem-se num único lugar as águas que estão debaixo do céu, para
que apareça o solo firme”. E assim se fez. Deus disse: “A terra faça brotar
vegetação: plantas, que dêem semente, e árvores frutíferas, que dêem fruto
sobre a terra, tendo em si a semente de sua espécie”. E assim se fez. Deus
disse: “Façam-se luzeiros no firmamento do céu, para separar o dia da noite.
Que sirvam de sinais para marcar as festas, os dias e os anos. 16. Deus fez os
dois grandes luzeiros, o luzeiro maior para presidir ao dia e o luzeiro menor
para presidir à noite, e também as estrelas. Deus colocou-os no firmamento do
céu para iluminar a terra, Deus disse: “Fervilhem as águas de seres vivos e
voem pássaros sobre a terra, debaixo do firmamento do céu”. Deus criou os
grandes monstros marinhos e todos os seres vivos que nadam fervilhando nas
águas, segundo suas espécies, e todas as aves segundo suas espécies. E Deus viu
que era bom. Deus fez os animais selvagens segundo suas espécies, os animais
domésticos segundo suas espécies e todos os animais pequenos do chão segundo
suas espécies. E Deus viu que era bom.” (Gn 1,
1-3.7.9.11.14.16-17.20-21.25)
A criação é trabalho de
Deus, que chama à existência o que
antes não existia (Rm 4, 17). É
o Divino oleiro com suas mãos a trabalhar dedicadamente em sua obra, dando-lhe
forma e imprimindo Seu toque, segundo o Seu livre desejo. Um trabalho que chega
ao seu ápice com a criação do homem, Sua obra prima.
Deus disse: “Façamos o ser humano à nossa
imagem e segundo nossa semelhança, para que domine sobre os peixes do mar, as
aves do céu, os animais domésticos, todos os animais selvagens e todos os
animais que se movem pelo chão”. Deus criou o ser humano à sua imagem, à imagem
de Deus o criou. Homem e mulher ele os criou.” (Gn 1, 26-27)
Deus,
abençoando o homem e a mulher para fecundidade, entregou a eles toda a criação,
deixando aos seus cuidados o fruto de Seu trabalho.
“E Deus os abençoou e lhes disse: “Sede
fecundos e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a! Dominai sobre os
peixes do mar, as aves do céu e todos os animais que se movem pelo chão”. Deus
disse: “Eis que vos dou, sobre toda a terra, todas as plantas que dão semente e
todas as árvores que produzem seu fruto com sua semente, para vos servirem de
alimento. E a todos os animais da terra, a todas as aves do céu e a todos os
animais que se movem pelo chão, eu lhes dou todos os vegetais para alimento”. E
assim se fez.” (Gn 1, 28-30)
Deus
alegra-se com aquilo que o seu trabalho criou, contempla-o e vê que tudo
era muito bom (Gn 1, 31) e, sendo o homem e a mulher também fruto do
seu trabalho, compartilha com eles a responsabilidade de cuidar de tudo.
No
entanto, Deus não criou o homem e a mulher somente porque queria realizar um
trabalho. Há uma razão maior que justifica a criação, existe um motivo para
sermos frutos do trabalho de Deus. Algo que aponta para a essência de Deus
revelado pelas Sagradas Escrituras, que afirmam sem erro: Deus é amor (1 Jo 4, 8).
Deus criou-nos por livre e
desinteressado amor [1-3]. (...) Ele criou-nos a partir do “excesso” do Seu
amor. Ele queria partilhar a Sua infinita alegria conosco, criaturas do Seu
amor. (YOUCAT 2)
Por
ser amor, Deus nos cria por livre e desinteressado amor, por mera vontade
amorosa e sem interesse, ou seja: Deus nos cria voluntariamente, trabalhou na
criação por amor voluntário. Sendo criados no amor e para
o amor; portanto, necessariamente criados livres, homem e mulher escolhem
seguir a sedução da apresentada pela serpente e que nos é ilustrada no livro de
Gênesis:
“A serpente era o mais astuto de todos os
animais selvagens que o SENHOR Deus tinha feito. Ela disse à mulher: “É verdade
que Deus vos disse: ‘Não comais de nenhuma das árvores do jardim?’” A mulher
respondeu à serpente: “Nós podemos comer do fruto das árvores do jardim. Mas do
fruto da árvore que está no meio do jardim, Deus nos disse: ‘Não comais dele
nem sequer o toqueis, do contrário morrereis’”. Mas a serpente respondeu à
mulher: “De modo algum morrereis. Pelo contrário, Deus sabe que, no dia em que
comerdes da árvore, vossos olhos se abrirão, e sereis como Deus, conhecedores
do bem e do mal”. A mulher viu que seria bom comer da árvore, pois era atraente
para os olhos e desejável para obter conhecimento. Colheu o fruto, comeu dele e
o deu ao marido a seu lado, que também comeu.”
(Gn 3, 1-6)
O cerne do pecado é a rejeição de Deus e
a recusa de aceitar o Seu amor. Isto se traduz na desobediência aos Seus
Mandamentos.
O pecado é mais que um comportamento
errôneo; é também uma fraqueza física. Na sua natureza mais profunda, essa
rejeição ou destruição de algo bom é a recusa do Bem por excelência, isto é, a
recusa de Deus. O pecado, a sua mais profunda e terrível dimensão, é a
separação de Deus e, com isso, a separação da fonte da Vida, daí que a morte seja
também a consequência do pecado. (cf. YOUVAT 67)
Embora,
homem e mulher tenham livremente tomado a decisão de se afastar do Pai celeste
para seguir a proposta da serpente, Deus não os abandonou. Deus não ficou de
braços cruzados, pelo contrário! Ele começa a trabalhar pela recuperação da
obra de Suas Mãos e falando à serpente, promete: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a
tua descendência e a dela. Esta te ferirá a cabeça.”
(Gn 3,15). Deus promete que de uma mulher nasceria o
Salvador que venceria definitivamente o Demônio e tiraria o pecado do mundo.
“De fato, Deus amou tanto o mundo, que deu o
seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida
eterna. Pois Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas
para que o mundo seja salvo por ele.” (Jo 3,16-17)
Deus Pai enviou seu Filho lá onde o ser
humano chegou com o seu pecado. A consequência do pecado é a morte (cf. Rm
6,23). Mas a consequência do pecado é também a maravilhosa solidariedade de
Deus, que nos envia Jesus como amigo e salvador. (cf. YOUCAT 70)
Para encontrarmos o caminho para casa,
Deus enviou-nos o Seu Filho, que nos libertou do pecado, nos salvou de todo o
mal e nos conduziu infalivelmente à verdadeira Vida. Ele é “o Caminho, a
Verdade e a Vida” (Jo 14,6) (YOUCAT 1)
Deus
continua trabalhando para que Sua salvação chegue a todos, por isso Jesus
disse: “Meu Pai trabalha
sempre, e eu também trabalho”. (Jo 5,17. Deus,
porque é amor, também é um Deus que sempre trabalha. Ele continua trabalhando
para que todos tenham vida, e a tenham em abundância.
(Jo 10,10)