sexta-feira, 15 de junho de 2012

JMJ 2013 - Um pouco de trabalho para que colhamos bons frutos

Todo mês disponibilizaremos em nosso blog o material de formação para os voluntários que participarão da JMJ rio 2013, assim você que nos acompanha bem de pertinho pode também se formar e ficar por dentro do que acontece durante os preparativos para esse grande acontecimento. Boa formação a todos! Que por intercessão dos padroeiros da JMJ, e de Maria Santíssima Deus nos abençoe!

FORMAÇÃO DOS VOLUNTÁRIOS

1 - Deus é um Deus trabalhador

Embora nós, seres humanos, sejamos limitados e a infinita grandeza de Deus nunca se ajuste aos conceitos humanos, podemos, no entanto, falar acertadamente sobre Deus. (CIC 39-43, 48)
Esta afirmação, que encontramos no YOUCAT (pág. 16, 6), nos concede a possibilidade de olharmos Deus e vê-lo também com um Deus trabalhador, o que também podemos confirmar ao contemplar a descrição da criação no livro dos Gênesis.
No princípio, Deus criou o céu e a terra. A terra estava deserta e vazia, as trevas cobriam o abismo e o Espírito de Deus pairava sobre as águas. Deus disse: “Faça-se a luz”! E a luz se fez. E Deus fez o firmamento. Separou as águas debaixo do firmamento, das águas acima do firmamento. E assim se fez. 9. Deus disse: “Juntem-se num único lugar as águas que estão debaixo do céu, para que apareça o solo firme”. E assim se fez. Deus disse: “A terra faça brotar vegetação: plantas, que dêem semente, e árvores frutíferas, que dêem fruto sobre a terra, tendo em si a semente de sua espécie”. E assim se fez. Deus disse: “Façam-se luzeiros no firmamento do céu, para separar o dia da noite. Que sirvam de sinais para marcar as festas, os dias e os anos. 16. Deus fez os dois grandes luzeiros, o luzeiro maior para presidir ao dia e o luzeiro menor para presidir à noite, e também as estrelas. Deus colocou-os no firmamento do céu para iluminar a terra, Deus disse: “Fervilhem as águas de seres vivos e voem pássaros sobre a terra, debaixo do firmamento do céu”. Deus criou os grandes monstros marinhos e todos os seres vivos que nadam fervilhando nas águas, segundo suas espécies, e todas as aves segundo suas espécies. E Deus viu que era bom. Deus fez os animais selvagens segundo suas espécies, os animais domésticos segundo suas espécies e todos os animais pequenos do chão segundo suas espécies. E Deus viu que era bom.” (Gn 1, 1-3.7.9.11.14.16-17.20-21.25)
A criação é trabalho de Deus, que chama à existência o que antes não existia (Rm 4, 17). É o Divino oleiro com suas mãos a trabalhar dedicadamente em sua obra, dando-lhe forma e imprimindo Seu toque, segundo o Seu livre desejo. Um trabalho que chega ao seu ápice com a criação do homem, Sua obra prima.
Deus disse: “Façamos o ser humano à nossa imagem e segundo nossa semelhança, para que domine sobre os peixes do mar, as aves do céu, os animais domésticos, todos os animais selvagens e todos os animais que se movem pelo chão”. Deus criou o ser humano à sua imagem, à imagem de Deus o criou. Homem e mulher ele os criou.” (Gn 1, 26-27)
Deus, abençoando o homem e a mulher para fecundidade, entregou a eles toda a criação, deixando aos seus cuidados o fruto de Seu trabalho.
E Deus os abençoou e lhes disse: “Sede fecundos e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a! Dominai sobre os peixes do mar, as aves do céu e todos os animais que se movem pelo chão”. Deus disse: “Eis que vos dou, sobre toda a terra, todas as plantas que dão semente e todas as árvores que produzem seu fruto com sua semente, para vos servirem de alimento. E a todos os animais da terra, a todas as aves do céu e a todos os animais que se movem pelo chão, eu lhes dou todos os vegetais para alimento”. E assim se fez.” (Gn 1, 28-30)
Deus alegra-se com aquilo que o seu trabalho criou, contempla-o e vê que tudo era muito bom (Gn 1, 31) e, sendo o homem e a mulher também fruto do seu trabalho, compartilha com eles a responsabilidade de cuidar de tudo.
No entanto, Deus não criou o homem e a mulher somente porque queria realizar um trabalho. Há uma razão maior que justifica a criação, existe um motivo para sermos frutos do trabalho de Deus. Algo que aponta para a essência de Deus revelado pelas Sagradas Escrituras, que afirmam sem erro: Deus é amor (1 Jo 4, 8).
Deus criou-nos por livre e desinteressado amor [1-3]. (...) Ele criou-nos a partir do “excesso” do Seu amor. Ele queria partilhar a Sua infinita alegria conosco, criaturas do Seu amor. (YOUCAT 2)
Por ser amor, Deus nos cria por livre e desinteressado amor, por mera vontade amorosa e sem interesse, ou seja: Deus nos cria voluntariamente, trabalhou na criação por amor voluntário. Sendo criados no amor e para o amor; portanto, necessariamente criados livres, homem e mulher escolhem seguir a sedução da apresentada pela serpente e que nos é ilustrada no livro de Gênesis:
A serpente era o mais astuto de todos os animais selvagens que o SENHOR Deus tinha feito. Ela disse à mulher: “É verdade que Deus vos disse: ‘Não comais de nenhuma das árvores do jardim?’” A mulher respondeu à serpente: “Nós podemos comer do fruto das árvores do jardim. Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, Deus nos disse: ‘Não comais dele nem sequer o toqueis, do contrário morrereis’”. Mas a serpente respondeu à mulher: “De modo algum morrereis. Pelo contrário, Deus sabe que, no dia em que comerdes da árvore, vossos olhos se abrirão, e sereis como Deus, conhecedores do bem e do mal”. A mulher viu que seria bom comer da árvore, pois era atraente para os olhos e desejável para obter conhecimento. Colheu o fruto, comeu dele e o deu ao marido a seu lado, que também comeu.” (Gn 3, 1-6)
O cerne do pecado é a rejeição de Deus e a recusa de aceitar o Seu amor. Isto se traduz na desobediência aos Seus Mandamentos.
O pecado é mais que um comportamento errôneo; é também uma fraqueza física. Na sua natureza mais profunda, essa rejeição ou destruição de algo bom é a recusa do Bem por excelência, isto é, a recusa de Deus. O pecado, a sua mais profunda e terrível dimensão, é a separação de Deus e, com isso, a separação da fonte da Vida, daí que a morte seja também a consequência do pecado. (cf. YOUVAT 67)
Embora, homem e mulher tenham livremente tomado a decisão de se afastar do Pai celeste para seguir a proposta da serpente, Deus não os abandonou. Deus não ficou de braços cruzados, pelo contrário! Ele começa a trabalhar pela recuperação da obra de Suas Mãos e falando à serpente, promete: Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta te ferirá a cabeça.” (Gn 3,15). Deus promete que de uma mulher nasceria o Salvador que venceria definitivamente o Demônio e tiraria o pecado do mundo.
De fato, Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. Pois Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele.” (Jo 3,16-17)
Deus Pai enviou seu Filho lá onde o ser humano chegou com o seu pecado. A consequência do pecado é a morte (cf. Rm 6,23). Mas a consequência do pecado é também a maravilhosa solidariedade de Deus, que nos envia Jesus como amigo e salvador. (cf. YOUCAT 70)
Para encontrarmos o caminho para casa, Deus enviou-nos o Seu Filho, que nos libertou do pecado, nos salvou de todo o mal e nos conduziu infalivelmente à verdadeira Vida. Ele é “o Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo 14,6) (YOUCAT 1)
Deus continua trabalhando para que Sua salvação chegue a todos, por isso Jesus disse: “Meu Pai trabalha sempre, e eu também trabalho”. (Jo 5,17. Deus, porque é amor, também é um Deus que sempre trabalha. Ele continua trabalhando para que todos tenham vida, e a tenham em abundância. (Jo 10,10)